Rafaela Silva e Mayra Aguiar deixaram o café da manhã do Esporte Espetacular mais dourado na manhã deste domingo. As duas participaram do programa da TV Globo para falar do último feito conquistado no Uzbequistão. Ambas foram medalhistas de ouro na melhor participação brasileira em Campeonatos Mundiais com a segunda colocação geral, só atrás do Japão. Mayra revelou que o título de Rafaela após suspensão por doping foi seu grande combustível para o tricampeonato.
– Queria agradecer a Rafa porque ela foi super inspiração para mim. Quando ela ganhou a competição, o Mundial, a gente sente assim que dá, sabe? A gente fala: “dá, a gente pode chegar”. A Rafa batendo em todas as gurias, então depois no outro dia eu fui lá, dei um abração nela, peguei aquela energia lá que ela tava e busquei a minha também, então obrigada Rafa – disse Mayra emocionada.
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Rafaela Silva e Mayra Aguiar no Esporte Espetacular — Foto: Reprodução
O abraço de Rafaela inspirou nada mais nada menos que a terceira medalha de ouro de Mayra Aguiar em Mundiais na categoria até 78kg. Feito este que colocou a gaúcha na “prateleira” dos campeões inéditos, afinal nunca um judoca brasileiro (homem ou mulher) antes chegou a três ouros no campeonato. Aos 31 anos, Mayra garantiu que está num ótimo momento, físico e mental, e que ainda vem muito pela frente.
– A gente carrega com muita felicidade esses títulos, mas a gente carrega junto com eles a pressão. “A medalha é certa, tem que trazer esse título”. Então a gente já entra numa competição dessas com uma pressão maior. Mas as duas assim a gente pode se considerar “fênix” mesmo, que renasce das cinzas, eu também cirurgia atrás de cirurgia, e aí para um ano, volta melhor no outro, a Rafa também sempre se superando. E com certeza vocês vão ver esses rostinhos por mais um bom tempo, porque a gente está numa fase muito boa, e agora com experiência. Eu acho que experiência é tudo, a gente está numa fase muito boa, com um corpo muito bom, com uma cabeça muito boa e com uma experiência gigantesca de poder passar por essas competições com a melhor forma física e mental – disse Mayra.
Rafaela Silva explica que o equilíbrio mental de hoje é fruto das experiências vividas ao longo da carreira como atleta. Rafa conta que o instinto de dar a volta por cima apareceu logo cedo, quando precisou lidar com o primeiro revés no esporte aos 12 anos de idade.
– A minha vida sempre foi de superação, desde que eu comecei. Eu achei que eu ia viajar pela primeira vez para fora do Brasil quando eu tinha 12 anos e faltando duas semana para a viagem eu quebrei o braço, não pude viajar. Então sempre aprendi a dar a volta por cima. Desde muito nova meu treinador Geraldo Bernardes ele me ensinou isso, eu treinei durante muitos anos com ele. E agora foi mais um capítulo, espero manter o ritmo e conseguir a classificação para tentar uma nova medalha em Paris 2024 – disse Rafaela.
Rafaela conta que o título na categoria até 57kg no Uzbequistão foi importante também por ser o primeiro “grande” fora de casa. Isso porque a judoca conquistou seu primeiro Mundial (2013) e o ouro olímpico no Rio de Janeiro (2016), de onde é natural.
– Todo mundo comenta que a Rafaela só gosta de ganhar quando está dentro de casa. Eu ganhei o Mundial no Rio de Janeiro, a Olimpíada no Rio. Então esse foi o meu primeiro título grande fora de casa. Recentemente eu dei uma entrevista e eles perguntaram como eu me sentia competindo em casa. E eu não me sinto competindo porque o clima da minha cidade, a comida da minha cidade. E a gente tem que se adaptar às alimentações fora do Brasil e as vezes é bem complicado porque tem corte de peso. E quando eu tô no Brasil eu não sinto que eu tô num clima de competição, eu sinto que eu estou em casa, como se eu tivesse indo fazer meu treino do dia a dia. Então eu consegui tirar um pouco essa pressão que os brasileiros colocam – disse.