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A liderança e o exemplo de Bruninho

Pela primeira vez em muitos anos, o levantador Bruninho não foi titular em jogos decisivos de um torneio pela seleção brasileira masculina de voleibol. No campeonato mundial, finalizado na semana passada – Brasil conquistou a medalha de bronze –, Cachopa, que geralmente só entrava nas inversões, assumiu a titularidade.

É uma novidade na vitoriosa carreira do capitão. Ele sempre foi protagonista nos times em que passou e também com a amarelinha.

Bruninho durante o Mundial — Foto: Divulgação

Bruninho durante o Mundial — Foto: Divulgação

Bruninho ainda tem muitos anos de alto rendimento pela frente, mas é normal e necessário para o vôlei brasileiro que, pouco a pouco, ele vá passando o bastão para alguém mais novo. Foi assim quando ele surgiu, substituindo nomes consagrados como Ricardinho e Marcelinho. Todos lembram a pressão sofrida por ser filho do técnico Bernardinho.

É estranho ver Bruninho do lado de fora da quadra, mas foi interessante ver o comportamento dele e a forma como contribuiu para o time em outra perspectiva. Muitos atletas quando não são protagonistas ou perdem a titularidade mudam o foco e o compromisso coletivo. Em todos os esportes, vemos essas situações e temos bons exemplos. Filipe Luís, lateral-esquerdo do Flamengo, deu uma excelente entrevista falando disso recentemente. Não é tão simples assim essa mudança de status, mas Bruninho mostrou que pode ser importante de uma outra maneira.

Além de estar sempre conversando com Cachopa, geralmente apontando o posicionamento do bloqueio dos adversários, ele serviu como auxiliar de Renan Dal Zotto. Depois de um rally no fim do primeiro set contra a Polônia, ele insistiu com o técnico brasileiro para pedir um desafio. Ninguém tinha visto um toque no bloqueio. Só ele. E o Brasil levou o ponto e o set.

Exemplo, postura e respeito ele aprendeu em casa. O Mossa Rezende do seu sobrenome – de Vera e Bernardo – o dotou não apenas de um enorme talento para jogar voleibol, mas também de um conjunto exemplar de normas éticas e comportamento.

Conheço Bruno desde o dia que chegou a Florianópolis. Ele tinha apenas 17 anos. Fui pegá-lo no aeroporto. Era um menino que sonhava em jogar voleibol, ainda um pouco tímido, mas com personalidade. Brinco com ele até hoje por ter me chamado de “seu Chico” quando me viu na sala de desembarque. Eu e ele não desconfiávamos que aquele seria o primeiro dia de uma enorme e brilhante carreira.

Talvez eu seja um pouco suspeito, e sou mesmo, mas considero Bruninho um dos principais atletas do esporte brasileiro nos últimos 15 anos. Conquistou todos os títulos possíveis, na Seleção e em clubes, e ainda vai comemorar mais.

Quando ele parar, deixará não só a imagem de um grande jogador dentro de uma quadra de vôlei, mas também de quem soube superar obstáculos, chegar ao topo com determinação e muito suor e ter o respeito e o profissionalismo como bases inegociáveis.

Fonte: GE

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