Uma série de empates e chances desperdiçadas de diminuir a diferença para o líder Palmeiras marcaram a 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. A equipe alviverde foi buscar um empate difícil diante do Bragantino e foi o suficiente para subir as chances de título de 74% para 76%. Mais um tijolinho que os palmeirenses colocaram rumo ao 11º título nacional de sua história.
O Flamengo podia diminuir a diferença para cinco pontos no domingo, mas só empatou com o Ceará no Maracanã. Com isso, as chances rubro-negras caíram de 12% para 10%. Corinthians e Internacional se enfrentaram, sendo que o vencedor poderia assumir o segundo lugar e ficar a seis pontos do Palmeiras. O empate na Neo Química Arena deixou as duas equipes mais longe da taça. Colorados foram de 5,0% para 4,7%, e alvinegros de 1,6% para menos de 1%.
Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos todas as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.668 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes no ataque e na defesa a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente. Os dados servem de parâmetro para calcular as chances de cada equipe vencer os jogos restantes, fazendo 10 mil simulações para cada partida a ser disputada, o que resulta nos percentuais quadro abaixo. A metodologia empregada está explicada no final do texto.
Chances de título no Brasileirão
Clube | Chances |
Palmeiras | 75,8% |
Flamengo | 10,0% |
Internacional | 4,7% |
Fluminense | 3,3% |
Atlético-MG | 3,2% |
Athletico-PR | 2,0% |
Corinthians | 0,9% |
Santos | 0,1% |
Libertadores
Palmeiras, Flamengo, Internacional e Fluminense seguem sendo os favoritos a ficar no G-4 ao fim do Brasileirão. A novidade na briga é o Atlético-MG, que venceu o Atlético-GO fora de casa, e voltou a mostrar força ofensiva mesmo estando atrás de Corinthians e Athletico-PR na tabela de classificação. Na sétima posição, o Galo foi de 27% para 47% de chances de ficar entre os quatro melhores, e de 59% para 77% de terminar pelo menos no G-6.
Chances de ir para a Libertadores
Clube | Chances de G-4 | Chances de G-6 |
Palmeiras | 98,3% | 99,9% |
Flamengo | 76,2% | 93,4% |
Internacional | 55,1% | 82,7% |
Fluminense | 52,4% | 81,1% |
Atlético-MG | 47,1% | 77,2% |
Athletico-PR | 37,7% | 70,7% |
Corinthians | 23,6% | 53,6% |
Santos | 4,7% | 16,9% |
Bragantino | 1,8% | 7,7% |
América-MG | 1,6% | 6,6% |
Fortaleza | 0,7% | 4,3% |
São Paulo | 0,3% | 1,9% |
Goiás | 0,3% | 1,9% |
Botafogo | 0,1% | 1,1% |
Ceará | 0,1% | 0,8% |
Cuiabá | 0 | 0,1% |
Permanência na Série A
Os integrantes do Z-4 viveram um fim de semana sem vencer e, além de permanecerem nas quatro últimas posições viram suas chances de permanência na Série A minguarem. Juventude e Avaí se enfrentaram e empataram para desespero de ambos. Gaúchos caíram de 3,6% para 2,6% de possibilidade de ficar na elite, e catarinenses foram de 25% para 24%. Atlético-GO e Coritiba perderam na rodada e os dois caíram cerca de 10 pontos percentuais de uma semana para outra. Coxa e Dragão terão um confronto direto na próxima rodada para tentar se restabelecer no Brasileirão.
Chances de permanecer na Série A
Clube | Permanência na Série A |
Palmeiras | 100% |
Flamengo | 99,9% |
Internacional | 99,9% |
Fluminense | 99,9% |
Atlético-MG | 99,9% |
Athletico-PR | 99,9% |
Corinthians | 99,9% |
Santos | 99,4% |
América-MG | 98,2% |
Bragantino | 98,0% |
Fortaleza | 96,0% |
São Paulo | 92,7% |
Goiás | 90,6% |
Botafogo | 85,9% |
Ceará | 84,8% |
Cuiabá | 67,3% |
Coritiba | 34,9% |
Atlético-GO | 25,3% |
Avaí | 24,3% |
Juventude | 2,6% |
Metodologia
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.668 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013.
As variáveis consideradas no modelo são: (1) a distância e o ângulo da finalização em relação ao gol; (2) se a finalização foi feita cara a cara com o goleiro; (3) se foi feita sem a presença do goleiro; (4) a parte do corpo utilizada para concluir; (5) se a finalização foi feita de primeira, ajeitada ou carregada; se o chute foi feito com a perna boa ou ruim do jogador; (6) a origem do lance (pênalti, escanteio, cruzamento, falta direta, roubada de bola, lateral etc); (7) se a assistência foi feita de dentro da área; (8) a posição em que o atleta joga; (9) indicadores de força do chute; (10) o valor de mercado das equipes em cada temporada a partir de dados do site Transfermarkt (como proxy de qualidade do elenco); (11) o tempo de jogo; (12) a idade do jogador; (13) a altura do goleiro em jogadas originadas de bolas aéreas; (14) a diferença no placar no momento de cada finalização.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo. Essa variação indica as chances de os times vencerem cada adversário e, a partir daí, é calculada a chance de os clubes terminarem o campeonato em cada posição.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Leonardo Martins, Roberto Maleson e Valmir Storti.
Fonte: GE