Campeão dos pesos-meio-médios, Kamaru Usman vai para sua sexta defesa do cinturão neste sábado, no UFC 278, em Salt Lake City, com muita pressão nas costas. Considerado o melhor lutador peso-por-peso da atualidade, o “Pesadelo Nigeriano” pode igualar a marca de Anderson Silva de 16 vitórias consecutivas no octógono, recorde do Ultimate (a companhia considera que a sequência de 17 vitórias de Jon Jones foi interrompida por um “No Contest” – a revanche contra Daniel Cormier anulada por doping), se vencer Leon Edwards.
Trata-se de uma revanche de uma luta que Usman venceu em 2015 por decisão unânime dos juízes. Mesmo assim, a crescente atenção da mídia e a pressão de superar cada apresentação com outra melhor começam a incomodar o campeão.
– Teve uma vez que eu estava no córner do Rashad (Evans), nos bastidores, e perguntei a alguns treinadores no vestiário, antes de eu começar a trabalhar com Trevor (Wittman) e ele me deu esta resposta, que fica mais difícil conforme você fica maior. E sinto isso, fica mais difícil, pois há muito mais em jogo para se perder. Mas isso dito, para mim nunca lutei pelo barulho, por ser grande e famoso, era pela competição. Enquanto eu me mantiver focado nisso e sempre quiser competir o melhor que eu posso e eu me preparar da melhor forma, eu vou ter o resultado que quiser todas as vezes – afirmou o nigeriano em entrevista ao Combate esta semana.
Desde aquela luta em 2015, Edwards não perdeu mais. São nove vitórias consecutivas (sequência que também tem um “No Contest” no meio, a luta sem resultado contra Belal Muhammad em que deu um cutucão acidental no olho do adversário) sobre alguns dos melhores lutadores da divisão. Usman reconhece a evolução do jamaicano naturalizado britânico, mas não esquece de sua própria evolução no meio-tempo, em que trocou os treinos na atual Sanford MMA pelo trabalho no Colorado com Trevor Wittman, para comentar sobre suas expectativas para o duelo.
– Vai ser muito diferente, porque eu estou muito diferente e ele está muito diferente também, acho. Para mim, será uma luta diferente, porque farei dela uma luta diferente.
Um fator que move Kamaru Usman é a busca por respeito. Apesar de ter cada vez maior admiração do público, o campeão dos meio-médios ainda se sente desrespeitado e mantém esse sentimento como combustível.
– Acho que nunca vou me sentir (respeitado) até que eu tenha parado no esporte. É meio que a natureza humana. Você não aprecia as coisas de verdade até perdê-las. Que nem eu não apreciava minha mão esquerda até eu machucá-la. Pensei, “M***, eu preciso dela!” Então leva tempo, mas quando eu parar, eles vão (respeitar).